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Setor de produtos plásticos aumentou exportação na pandemia

Atualizado: 10 de set. de 2021

Com a liderança de programa Think Plastic Brazil, indústrias de itens plásticos transformados adaptaram a promoção internacional ao formato virtual e estão com bom desempenho na exportação.


Isaura Daniel


São Paulo – A indústria brasileira de produtos plásticos transformados se adaptou à nova realidade dos negócios imposta pela pandemia de covid-19 e está conseguindo crescer como fornecedora global, apesar das condições mundiais adversas. Lideradas pelo Think Plastic Brazil, projeto de promoção internacional do segmento, as empresas se voltaram a uma agenda intensa de ações virtuais, o que vem impulsionando as vendas externas.


Segundo dados do Think Plastic, que é levado adiante pelo Instituto Nacional do Plástico (INP) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), de janeiro a maio deste ano as empresas apoiadas pelo projeto aumentaram suas exportações em 20% em valor e em 4% em volume, para US$ 136,5 milhões e 54,9 mil toneladas, respectivamente. Entre elas, 57 abriram novos mercados e 17 exportaram novos produtos. A indústria brasileira do setor como um todo também aumentou a comercialização internacional no período.


O gestor de Estratégia e Planejamento de Projetos do Think Plastic Brazil, Carlos Moreira (foto acima), contou à ANBA o que essa indústria vivenciou nos últimos anos. Segundo Moreira, uma agenda de mudança foi iniciada já em 2016 com investimentos em tecnologia e digitalização. “Por volta de 2018, começamos a fazer alguns eventos online”, relata. Mas foi a ida a uma feira internacional no começo de 2020 e a percepção de tudo mudaria com a covid que fizeram o Think Plastic repensar a estratégia para ajudar as empresas a seguirem fazendo negócios no novo cenário.


Foi instalado um grupo de trabalho de crise. Em fevereiro, antes mesmo da covid chegar oficialmente ao Brasil, já haviam sido elencados 23 projetos online, que começaram a ser colocados em prática em março. O Think Plastic atua com produtos plásticos transformados e uma boa parte deles se mostrou de uso essencial na pandemia, como as seringas, tubos plásticos para vacinas, luvas descartáveis, face shield, aparelhos respiradores e outros itens para ambiente hospitalar. Além desses, o setor engloba um diversidade de produtos, desde os voltados para construção civil, como canos, até embalagens para alimentos, brinquedos, utilidades domésticas, entre outros.


Foram programados 30 webinars voltados para a formação das empresas, a maioria focada em e-commerce e marketplace, em uma iniciativa chamada Think Plastic Together. “Para as empresas entenderem como poderiam começar a alinhavar a venda dos seus produtos, principalmente em utilidades domésticas”, diz Moreira. Outro dos projetos virtuais foi o World Plastic Connection, com seminários técnicos internacionais com países-alvo para mostrar as inovações do setor durante a pandemia e como elas poderiam ajudar no cenário da covid.


Divulgar relatórios com o bom desempenho em vários meios digitais, desde podcast até YouTube, também tem feito parte da estratégia para motivar as empresas ao crescimento na atual conjuntura. Também foram feitas rodadas de negócios online em substituição a participações em feiras, inclusive as que seriam em países árabes. Para ação voltada aos mercados árabes, o Think Plastic tem a parceira com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira.


Esse movimento digital em busca da exposição internacional na pandemia chamou a atenção não só de importadores de plásticos transformados, mas também de vendedores estrangeiros de insumos. “Nunca vi tanto chinês atrás da gente para vender matéria-prima”, brinca Moreira. Muitas empresas do Think Plastic conseguiram um espaço de mercado que era de fornecedores chineses. “Houve uma mudança na cadeia de suprimentos, para países aos quais a gente não exportava, porque tinha China pesado, começamos a exportar”, diz.


O gestor do Think Plastic conta que a demanda do setor caiu bem no primeiro momento da pandemia, mas que no segundo semestre do ano passado as vendas começaram a crescer e compensaram o problema do início de 2020. No decorrer desse período o setor também enfrentou alguns problemas que o mundo todo teve, como falta de insumos. Mesmo assim, os números não são desanimadores e a exportação atualmente está crescendo.


Negócios com árabes


A estratégia de crescer pelos meios online segue sendo levada adiante. Neste ano serão sete grandes eventos virtuais de negócios. Um deles é um projeto comprador em que 15 empresas do Think Plastic, das áreas de construção civil e utilidades domésticas, vão negociar com importadores do Conselho de Cooperação do Golfo e do Norte da África entre os dias 20 de setembro e 07 de outubro. A ação será feita em parceria da Câmara Árabe e as inscrições para importadores árabes estão abertas (leia mais sobre o assunto aqui). Como parte da iniciativa, as empresas do projeto terão um seminário internacional sobre o mercado árabe de produtos plásticos acabados.


Atualmente o Think Plastic tem 180 empresas apoiadas, número que cresceu significativamente sobre o começo de 2020, quando elas eram menos de 100. Do total de empresas do programa, 135 exportaram de janeiro a maio deste ano para 84 países. Sobre os mesmos meses do ano passado, houve aumento de 16,3% no número de exportadores e de 3,7% no número de destinos atendidos. As companhias do Think Plastic respondem por 42,4% das exportações do Brasil no setor em valores e por 63,3% do total em volume.

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